O senador Plínio Valério (PSDB-AM) reclamou nesta terça-feira (27), em pronunciamento no Plenário do Senado, da falta de oportunidade de questionar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante sua participação em audiência na Comissão de Infraestrutura (CI) pela manhã . Plínio disse que gostaria de ter debatido com Marina sobre a importância da BR-319 para a população do Amazonas e para o funcionamento da Zona Franca de Manaus. A ministra se retirou da audiência depois de um desentendimento com o senador.
— Nós precisamos, sim, dessa estrada. Na covid, morreram milhares de pessoas. Víamos caminhões transportando oxigênio atolados na BR-319. Agora, na cheia, ela funciona atolando. Vai vir a seca, os rios não serão mais navegáveis e não temos essa estrada — afirmou Plínio.
O senador também contestou a justificativa de que a rodovia não pode ser asfaltada por não ser viável economicamente. Plínio citou dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) segundo os quais, em 2023, R$ 127,5 bilhões em mercadorias incentivadas passaram pela Zona Franca, sendo R$ 41,9 bilhões em produtos nacionais. Para Plínio, essas cargas poderiam utilizar o modal rodoviário caso a BR-319 estivesse plenamente trafegável.
Plínio reforçou que o direito de ir e vir é garantido pela Constituição e acusou o governo federal de adotar critérios diferentes em relação à preservação ambiental. Mencionou que, enquanto há críticas ao asfaltamento da BR-319, foi autorizada a derrubada de um trecho floresta no Pará para a construção de pista de acesso às instalações da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que acontecerá em Belém (PA) em novembro.
— Manaus é a única capital no planeta com mais de 2 milhões de habitantes que não é ligada por asfalto a outra cidade. Por que [no Pará] se pode destruir uma floresta de 13km para fazer pista para que os donos de jatos possam trafegar da sede para os seus hotéis na COP 30? Ninguém diz nada. Por que só a gente?
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