Foto: Divulgação/Udesc
Ajudar os municípios brasileiros a adotarem a economia circular e tornarem-se cidades lixo zero. Esse é o propósito de uma startup fundada a partir de pesquisas no Centro de Ciências Humanas e da Educação (Faed) , da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). A ideia é utilizar metodologias científicas e geotecnologias para resolver uma questão atual das cidades: a falta de instrumentos de planejamento territorial e desenvolvimento socioambiental digitais para o manejo de resíduos sólidos.
A ZeroWasteX , criada por Gustavo Rittl, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Socioambiental (PPGPlan) , da Udesc Faed, utiliza tecnologias avançadas como sensoriamento remoto, geotecnologias, inteligência artificial, IoT e Web3 para auxiliar municípios na transição para uma gestão de resíduos sólidos mais eficiente e sustentável. O objetivo é implantar governos digitais a partir da experiência em finanças sustentáveis e regenerativas, no sentido de estruturar programas municipais que visam implementar cidades lixo zero.
Em julho do ano passado, a startup foi credenciada na primeira licitação de compra pública para solução inovadora da Prefeitura de Florianópolis para atuação no município. “Florianópolis pode de fato tornar-se uma cidade lixo zero até 3030 usando ciência, tecnologia, inovação e gestão pública”, afirma.
Rittl também atua no Laboratório de Geoprocessamento (Geolab) , da Udesc Faed, no desenvolvimento de pesquisas e em geotecnologias na área, além de ser bolsista de doutorado da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) . “A startup é um desdobramento das nossas pesquisas na universidade. Estou aplicando na empresa o conhecimento adquirido”, conta Rittl, que também é egresso do curso de mestrado pelo PPGPlan, com dissertação sobre as potencialidades e fragilidades para Florianópolis tornar-se uma cidade lixo zero.
Em maio deste ano, a startup foi contemplada pelo Arranjo Promotor de Inovação (API), programa de renúncia fiscal da Prefeitura de Florianópolis, para captar R$ 180 mil em recursos da cidade direcionados a investimentos na empresa. A ZeroWasteX está incubada em um hub de govtechs do Sebrae, na Capital, onde também participa do Sebrae Deep Tech, programa de aceleração de startups deeptechs com impacto real.
Soluções para lixo zero e economia circular
A missão da startup criada por Rittl é transformar e digitalizar o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) das cidades, integrando cidadãos, empresas, processos, documentos, operações de coleta e logística reversa em um único ambiente de governo digital. “O conceito é uma PAAS, plataforma como serviço, onde integramos atores da cadeia de valor, infraestrutura urbana, tecnologias digitais e aplicativos de campo”, explica o doutorando, que projeta também apresentar os serviços para governos estaduais e federal.
Entre as soluções, a startup criou um sistema de coleta inteligente que utiliza IoT (Internet das coisas) e inteligência artificial para otimizar rotas de coleta, reduzindo custos operacionais, além de um aplicativo de engajamento do cidadão para reportar problemas relacionados a resíduos e uma plataforma de economia circular para fazer a conexão entre geradores de resíduos e recicladores.
A empresa também trabalha com cooperativas, transportadores, recicladores e outras entidades envolvidas na cadeia de gestão de resíduos que buscam soluções tecnológicas para aprimorar suas operações.
Em maio deste ano, a startup catarinense participou do WebSummit Rio , no Rio de Janeiro, para apresentar as soluções para uma banca de investidores e à comunidade internacional, a convite da Apex Brasil e do Sebrae.
Retorno da universidade à sociedade
Para o professor Francisco Henrique de Oliveira, do Departamento de Geografia da Udesc Faed e coordenador do Geolab, iniciativas como a da startup criada por Rittl são uma prova do retorno da universidade aos investimentos aplicados pela sociedade como um todo. “Recentemente estive na Holanda e as pesquisas nas universidades naquele país são diretamente voltadas a resolver problemas reais da sociedade. Então todo o corpo técnico científico e acadêmico é direcionado para criar soluções eficientes. É o que acontece também aqui na Udesc Faed”, afirma.
De acordo com o docente, a solução criada pela empresa em torno da gestão de resíduos sólidos, e que teve origem na pesquisa realizada na Udesc, beneficia o meio ambiente e a população, com impacto nas gerações futuras. “É uma solução inteligente voltada a principalmente órgãos públicos, e que já produz lastros até no exterior, em países como Estados Unidos e Austrália”, conta.
Gustavo Rittl acredita que a Udesc tem potencial para ser um celeiro de govtechs, uma vez que a universidade já tem um papel preponderante no ecossistema de inovação em Santa Catarina.
Assessoria de Comunicação da Udesc Faed
E-mail: comunicacao.faed@udesc.br
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