Foto: Leo Munhoz / SECOM
De 4 a 7 de junho, Florianópolis sedia a 24ª edição da tradicional Feira do Mel de Santa Catarina. O evento, promovido pela Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina (Faasc), Epagri, Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária e Prefeitura de Florianópolis, deve atrair mais de 50 mil visitantes ao longo dos quatro dias. A feira será realizada no Largo da Alfândega, no Centro da cidade, com o apoio do Sebrae/SC, Faesc/Senar, UFSC, Cidasc e Assembleia Legislativa.
Com 35 feirantes representando cerca de 55 marcas de méis e mais de 300 produtores de diversas regiões do estado, a feira consolida-se como um importante espaço de valorização da agricultura familiar e da apicultura catarinenses. De acordo com o coordenador da Divisão de Estudos Apícolas da Epagri e coordenador da feira, Rodrigo Cunha, a estimativa é de que sejam comercializados entre 45 e 55 mil quilos de mel e derivados, com preços acessíveis e venda direta do produtor ao consumidor.
A programação inclui exposições, oficinas, workshops gastronômicos, degustações orientadas e ações de conscientização ambiental. “Um dos destaques será a exposição de colmeias de abelhas sem ferrão, que ajudam a mostrar ao público a importância desses polinizadores para a biodiversidade e a produção de alimentos”, revela Rodrigo.
Santa Catarina é referência nacional na apicultura. Segundo dados da Cidasc, o estado conta com mais de 13 mil apicultores e cerca de 359 mil colmeias. De acordo com o IBGE, em 2023 produziu mais de 4,2 mil toneladas de mel, o que coloca o estado na 8ª posição nacional em volume, mas com a maior produtividade do Brasil por área, com média de 45 kg/km² — seis vezes superior à média brasileira. Além disso, foi o terceiro maior exportador nacional de mel em 2024, com mais de 5,4 mil toneladas enviadas ao exterior, de acordo com o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços.
A qualidade do mel catarinense é reconhecida internacionalmente: o estado já conquistou o título de melhor mel do mundo oito vezes, a mais recente delas no Paris International Honey Awards de 2025.
Os apicultores encontram em Santa Catarina um cenário propício para avançar na produção. É o caso do produtor Delmar Albino de Araújo, que tem criação de sete tipos de abelhas no município de São José e ainda produz mel em Biguaçu e Mirim Doce. Mas tudo começou quase que como um hobby para consumo interno e familiar.
“Agora estou dando um outro passo e quero expandir a produção do mel. Técnica nós temos, apoio nós temos tanto do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) quanto da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), com financiamento pra montar apiário. Hoje eu já produzo uma média de 300 kg por ano. Sei que dá pra aumentar, porque no melhor ano cheguei a 500 kg”, disse o apicultor.
Por trás desses resultados está o trabalho da Epagri, empresa pública do governo de Santa Catarina, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária. A instituição realiza cerca de 15 mil atendimentos anuais a apicultores e meliponicultores em todo o estado. A empresa mantém técnicos, pesquisadores e projetos voltados à extensão rural e pesquisa, além de coordenar políticas públicas como o Kit Apicultura, o Programa Poliniza SC e o Programa de Abelhas Rainhas.
Para o coordenador da Feira, Rodrigo Cunha, a atuação da Epagri tem contribuído para o aumento da produtividade por colmeia, redução de perdas por doenças e pragas, e melhoria da qualidade do mel. “O fortalecimento do associativismo também é uma prioridade, com apoio à organização de produtores e à realização de eventos técnicos em todo o estado”, diz o coordenador da feira. Um exemplo é a Faasc, que congrega 50 associações filiadas e representa mais de dois mil produtores, promovendo a união e o fortalecimento do setor.
Rodrigo salienta que a apicultura e a meliponicultura em Santa Catarina sustentam um tripé de benefícios sociais, econômicos e ambientais. “A atividade gera renda para milhares de famílias, especialmente em áreas onde não é possível a exploração da agropecuária, como é o caso de regiões de relevo acidentado e de mata nativa. Também insere jovens no meio rural e fortalece a conservação ambiental, por meio da polinização de culturas agrícolas e matas nativas. É por meio do trabalho de polinização das abelhas que somos destaque na produtividade da maçã, por exemplo”, diz.
Para ele, a Feira do Mel é mais do que um evento de comercialização: é uma vitrine da riqueza da biodiversidade catarinense, da dedicação dos produtores e do impacto positivo que a ciência, a assistência técnica e o cooperativismo podem gerar quando caminham juntos.
O quê: XXIV Feira do Mel de Santa Catarina
Quando: 4 a 7 de junho de 2025
Horário: 8h às 19h de quarta à sexta e das 8h às 16h no sábado
Onde:Largo da Alfândega
Mais informações e entrevistas:Rodrigo Cunha, coordenador da Divisão de Estudos Apícolas da Epagri e coordenador da feira, fone: (48) 99922-1776
Informações para a imprensa:
Isabela Schwengber
Assessora de Comunicação da Epagri
(48) 3665-5407/99161-6596
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