O senador Paulo Paim (PT-RS), em pronunciamento nesta quarta-feira (16), chamou a atenção para o alarmante desperdício de alimentos no Brasil. O país está entre os que mais jogam comida fora, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Paim destacou que o Brasil ocupa a 10ª posição no ranking global de desperdício, com 30% dos alimentos produzidos sendo descartados — o equivalente a 46 milhões de toneladas por ano.
— De acordo com o IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], 64 milhões de brasileiros têm acesso restrito à alimentação. O desperdício gera uma perda de R$ 61,3 bilhões por ano. Segundo o Índice Global de Desperdício de Alimentos de 2024, do Pnuma [Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente], quando um alimento é desperdiçado, os recursos, insumos e energia empregados em sua produção também são jogados fora. Ou seja, comida no lixo também significa dinheiro no lixo. Isso é inaceitável! — afirmou, lembrando que nesta quarta, 16 de outubro, é comemorado o Dia Mundial da Alimentação.
O senador também mencionou as principais causas do desperdício de alimentos, que, segundo especialistas, vão desde ineficiências produtivas até questões culturais. Ele defendeu a necessidade urgente de políticas públicas eficazes e sustentáveis para resolver o problema.
— Os alimentos mais desperdiçados no Brasil incluem frutas, hortaliças, tubérculos e laticínios. Reduzir esses índices é fundamental para o combate à fome, à miséria e à pobreza. Além de melhorar a segurança alimentar e a sustentabilidade ambiental, com certeza avançaríamos na qualidade de vida — disse.
Paim também destacou o PL 2.895/2019 , de autoria do senador Jorge Kajuru(PSB-GO), que incentiva a formação de redes de coleta e doação de alimentos para entidades de assistência social. O parlamentar lembrou que a proposta já foi aprovada no Senado e agora aguarda votação na Câmara dos Deputados.
— Faço um apelo à Câmara para que vote esse projeto. Vale lembrar que o combate ao desperdício de alimentos está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 12.3, da ONU, que estabelece a meta de, até 2030, reduzir pela metade o desperdício per capita mundial nos níveis de varejo e do consumidor, além de reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo as perdas pós-colheita — concluiu.
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