A webinar sobre o “Cenário de oferta e demanda global, perspectivas de mercado do arroz” promovida na noite desta segunda-feira (30), em Santa Catarina, reuniu produtores rurais, lideranças sindicais, técnicos e outros representantes do setor produtivo. A iniciativa foi da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e da Safras & Mercado.
O evento contou com palestra do especialista Evandro da Silva Oliveira que iniciou sua explanação apresentando o cenário atual da cultura. “Com estabilidade relativa, apesar da baixa disponibilidade, mercado se mantém lateralizado nos últimos meses. A influência da Semana Farroupilha trouxe redução das negociações no sul em setembro, mas há expectativa de recuperação da demanda no último trimestre. A disputa entre os elos da cadeia produtiva impediu o avanço dos preços do cereal em casca em todo o país”.
Oliveira também falou sobre a disputa de preços e destacou que as marcas de combate possuem valores entre R$ 130 e R$ 140/30kg, enquanto as marcas tradicionais e nobres operam entre R$ 160 e R$ 200. Há avanço lento da semeadura devido às chuvas intensas no Rio Grande do Sul, principalmente na zona sul, região com maiores desafios nessa nova safra. Ao comentar sobre os riscos climáticos, realçou que o clima adverso pode comprometer a oferta e a qualidade da condução em toda a região arrozeira do Mercosul.
O palestrante prosseguiu mencionando que houve avanço na colheita nos EUA: Arkansas, Loisiana, Mississippi evoluem acima da média histórica (78% no país) e a produção é recorde na Índia. “Apesar das preocupações com o El niño, a produção do maior exportador global avança, acompanhando o consumo e a demanda externa crescente. A produção de arroz beneficiado no México está projetada para aumentar, mas o país continuará dependendo de importações”, ressaltou.
A Índia, Tailândia, Vietnã, Paquistão e Myanmar estão competindo para ganhar participação no mercado global. O México foi apontado como mercado promissor para o Brasil em 2025, ou seja, com preços mais competitivos no porto, há potencial para os exportadores brasileiros. Além disso, a decisão da Índia de liberar as exportações levou à queda dos preços globais do arroz. A maior oferta global está aumentando a competitividade entre os exportadores.
O especialista frisou, ainda, que a Índia cortou pela metade o imposto de exportação sobre o arroz parboilizado e zerou as taxas sobre o arroz branco, visando retomar o mercado internacional. “A decisão do país deve aumentar a oferta global de arroz e já impacta os preços internacionais”.
As importações de arroz da Tailândia também foram destaques na palestra. De acordo com Oliveira, em apenas um mês no primeiro semestre deste ano, ocorreu o ingresso de mais de 30 mil toneladas de arroz no Brasil e, no total, o volume vindo do país asiático passou de mais de 100 mil toneladas. “Santa Catarina esteve entre os estados que adquiriu esse produto”.
Oliveira também explanou sobre o cenário atual X sazonalidade e realçou que a cultura tem importância social gigantesca. “Por conta disso é altamente sensível às interferências do governo. Subsídios, incentivos fiscais, regulações e restrições comerciais podem ter um impacto significativo no mercado de arroz”, ressaltou ao explicar que podem ser consideradas as políticas governamentais em diferentes países produtores e consumidores de arroz, bem como a sua possível influência nas cotações e na oferta e demanda global do cereal.
Para finalizar, Evandro assinalou que 2025 trará muitas oportunidades para o mercado. “A mensagem que deixo é para ficarmos de olho nisso e mitigarmos os riscos. Por parte dos produtores é necessário fazer uma gestão dos custos de produção. Se tivermos foco em uma gestão eficiente dos custos de produção acredito que seja possível driblar os desafios dos primeiros meses do ano que vem”.
O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, avaliou positivamente a palestra e realçou a importância da parceria com essa consultoria, cumprimentou o palestrante pelas valiosas informações e agradeceu aos participantes que prestigiaram o evento. “Estamos há um bom tempo na federação e apenas nos últimos anos sentimos o produtor de arroz mais aliviado. Vivemos tempos difíceis e nos últimos anos não tivemos reclamações adversas dos produtores de arroz. Esperamos que não tenhamos que voltar ao cenário vivido no passado e desejamos que os produtores consigam seguir suas atividades sem prejuízos”.
WEBINARS
As webinars são gratuitas e abertas ao público (Sindicatos, lideranças, produtores, técnicos e demais interessados). Para participar basta acessar o site https://sistemafaesc.com.br/ e preencher um breve cadastro.
O cronograma deste ano, ainda, prevê as seguintes webinars:
· “Cenário de oferta e demanda global, perspectivas de mercado do boi”, no dia 28 de outubro, com Fernando Iglesias;
· “Cenário de oferta e demanda global, perspectivas de mercado do arroz”, no dia 25 de novembro, com Evandro da Silva Oliveira;
· “Cenário de oferta e demanda global, perspectivas de mercado/milho e soja”, no dia 17 de dezembro, com Paulo Molinari.
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