Especialistas ouvidos pelo Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara (Cedes) afirmam que a inteligência artificial (IA) não só deve causar o desaparecimento de algumas profissões, como as novas profissões que surgirem podem se concentrar em países que investem no treinamento de trabalhadores para essa realidade.
O Cedes fez um estudo em 2021 sobre os impactos da inteligência artificial na educação e no trabalho a pedido do deputado Helio Lopes (PL-RJ).
O professor da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, Paulo Blikstein, disse que é preciso investir em softwares de tecnologia educacional para o contexto brasileiro. “A gente precisa ter certeza que os novos empregos gerados pela inteligência artificial sejam também [mantidos] no Brasil, porque senão a gente vai estar em uma situação muito mais difícil do que a gente está hoje.”
Educação
Blikstein acredita que, na educação básica, a tecnologia não vai substituir o professor; mas complementar o aprendizado.
Mas, segundo ele, as escolas têm que oferecer pelo menos um terço de aulas “interessantes” como artes ou prática de ciências para manter os alunos na sala de aula.
Criatividade
O professor da Universidade de Brasília Fabiano Hartmann citou estudo que aponta quais habilidades seriam interessantes para os trabalhadores nos próximos anos.
“As atividades que desempenham ou que são estruturadas em criatividade, em aspectos da criatividade humana, elas têm muito mais dificuldade de serem emuladas por sistemas de inteligência artificial”, disse o professor.
Fabiano explicou que, antes, o trabalhador buscava conhecimento especializado para ter mais sucesso em sua carreira. Segundo ele, isso não é mais suficiente. A melhor estratégia, agora, seria reunir equipes de diversas áreas do conhecimento para o uso da IA, pessoas que pensem de maneira diferente.
O consultor da Unesco Luiz Antonio Caruso disse que tanto as atividades manuais quanto as cognitivas serão impactadas pela inteligência artificial.
Mas, de acordo com o estudo do Cedes, haverá espaço tanto para as atividades criativas quanto para um técnico que trabalhe na transformação de dados não estruturados em dados prontos para a obtenção de resultados específicos; além de outros tipos de captação de dados.
Luiz Antonio acredita, porém, que será muito difícil requalificar trabalhadores nesse cenário.
A Câmara dos Deputados vai analisar um projeto já aprovado no Senado (PL 2338/23) que regulamenta o uso da inteligência artificial no Brasil.
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