O território libanês atacado por Israel é a nova Faixa de Gaza, na avaliação do presidente da Confederação Nacional das Entidades Líbano-Brasileiras (Confelibra), Rogério Hanna Bassil. O sul do Líbano vem sofrendo há semanas ataques de Israel ao grupo terrorista Hezbollah.
“É verdade que o Líbano se tornou a Faixa de Gaza nesses últimos dez dias. A Faixa de Gaza está destruída. Em Beirute, a mesma coisa. Toneladas de bomba caem no sul do Líbano”, afirmou, nesta sexta-feira (11), em entrevista na sede da Liga Libanesa do Brasil.
Segundo a Confelibra, desde o início da guerra, mais de 2 mil pessoas foram mortas no Líbano, mais de 10 mil ficaram feridas e 1,5 milhão saíram do sul do país que faz fronteira com Israel para se refugiar no norte. A infraestrutura do país foi severamente danificada, com hospitais lutando para atender a crescente demanda e escolas e locais religiosos se transformaram em abrigos.
“Condenamos a invasão de Israel ao Líbano. Acho que Israel exagerou demais esse genocídio que está cometendo contra o povo libanês, um povo tranquilo. Atacam lugares para ferir onde eventualmente podem existir soldados do Hezbollah. Para matar um ou alguns membros do Hezbollah, acabam com um quarteirão. Faço um apelo que assinem um cessar-fogo”, disse Bassil.
Ele ressalta que as grandes potências mundiais estão caladas. “O pior é que não há um país no mundo que tenha se sensibilizou com essa situação militar. A não ser o nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva que é mais generoso, nos dá apoio moral, mandou os aviões de resgate, colocou todo o Estado brasileiro à disposição. Mas não é suficiente. Um país só não pode.”
Bassil lembrou que a situação econômica do Líbano é muito precária, com os bancos falidos. “Se não fossem os imigrantes libaneses no mundo todo, o Líbano estaria em uma catástrofe humanitária sem precedentes. Os imigrantes mandam muito dinheiro para os parentes”.
A confederação informou que no Brasil existem 15 milhões de libaneses e descendentes. A população no Líbano não chega a 3,5 milhões. Há mais 21 mil libaneses descendentes de brasileiros no Líbano e 3 mil pediram para retornar ao Brasil. “Nem todos da família vêm por medo de saques e invasões a residências”, disse Bassil.
Segundo a Confelibra, foram arrecadadas mais de 10 toneladas de medicamentos doados por laboratórios brasileiros que estão sendo enviados ao Líbano.
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